Mas que demônio te tomou?

Corpo, violência e desejo na peça O visitante, de Hilda Hilst

Autores

Palavras-chave:

Corpo. Desejo. Dramaturgia. Hilda Hilst. Violência.

Resumo

Na peça O visitante, Hilda Hilst engendra uma trama em que o corpo, a violência e o desejo operacionalizam as ações das personagens sufocadas no ambiente familiar. Através de diálogos imantados por um verniz poético, a violência se prolifera em inúmeras formas, encontrando no corpo dos sujeitos um espaço profícuo para sua evidenciação, a envolver todos numa cartografia organizada pelo desejo. Logo, o corpo e o desejo são mediados pela violência. Considerada a peça poética de Hilda Hilst, O Visitante irradia inúmeros discursos sobre a materialidade da vida e o confronto desta com a violência imanente a formatar o caráter das personagens condenadas ao desejo. Neste sentido,  o ensaio visa traçar reflexões sobre esses elementos estruturantes e caros à dramaturgia hilstiana.

Biografia do Autor

Francisco Alves Gomes, Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília - UnB, no programa de Pós graduação em Literatura (Conceito 5) do Departamento de Teoria Literária e Literaturas - TEL. Mestre em Literatura Brasília pela UnB em 2013. Graduado em Letras - Literatura pela Universidade Federal de Roraima - UFRR em 2011. Atualmente é professor do quadro efetivo da UFRR atuando no curso de Artes Visuais, nas disciplinas de: História da Arte I e II; Arte e representaçãoes culturais na Amazônia; Tópicos especiais em arte e cultura-performance. Tem interesse pelo texto dramático, dramaturgia, teatro brasileiro e suas inúmeras interpretações na ambiência social. No mestrado estudou o texto dramático de Hilda Hilst que culminou na dissertação, “Hilda Hilst: Da dramaturgia ao poder e à cena: Leituras das peças O Verdugo e o Rato no Muro”. Agora, no curso de doutorado, continua estudando o teatro de Hilda Hilst através do projeto de tese, “Certas palavras não devem ser ditas: um estudo sobre a violência na dramaturgia de Hilda Hilst”. Faz parte do grupo de pesquisa Literatura e Cultura, da UnB, grupo este que tem se dedicado ao estudo da Autoria. É poeta, tendo publicado os seguintes livros, Poemas a Meia Carne (2008) e Ruídos Noturnos e pequenas putarias literárias (2013). Em 2018 publicou seu primeiro livro de contos, intitulado: Fotografias desmemoriadas de mim, de ti, de outrem”, obra que venceu o prêmio Peixes de contos e crônicas, categoria do concurso nacional de literatura promovido pela Editora Kazuá. Também faz parte do grupo teatral Cia do Pé Torto (www.ciadopetorto.com.br). Em 2011 dirigiu o espetáculo A galinha degolada, fruto do prêmio Funarte Miryan Muniz de teatro na categoria montagem de espetáculo. Desenvolve também perfomances em parceria com alunos da graduação da UFRR.

Referências

BAUDRILLARD, Jean. A sociedade do consumo. Trad. Artur Morão. Portugal: Edições 70, 2011.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina a condição feminina e a violência simbólica. Trad. Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bestbolso, 2014.

DUPUY, Jean-Pierre. Do desejo à violência e reciprocidade. In: NOAVES, Adauto. Fontes passionais da violência. São Paulo: Edições SESC São Paulo, 2015.

GIRARD, René. A violência e o sagrado. Trad. Martha Conceição Gambini. São Paulo: Paz e Terra, 1990.

HILST, Hilda. Teatro completo. São Paulo: Globo, 2008.

RODRIGUES, Tatiana Franco. Sobre Anas e Marias (ou como tudo se transforma e permanece igual) Uma leitura sobre perplexidades e advertências em Hilda Hilst. Revista eletrônica Literatura e autoritarismo-Dossiê n.9, Setembro, 2012, p. 142.

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Publicado

2021-08-23

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Artigos