INFRAESTRUTURAS VERDES E SUSTENTABILIDADE URBANA: MICROCLIMA E RECAATINGAMENTO DE FUNDOS DE VALE

Autores

  • Willian Araujo dos Santos Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Cristiane Dacanal Universidade Federal do Vale do São Francisco

Palavras-chave:

Conservação, Mitigação urbana, Planejamento urbano

Resumo

A urbanização é um processo crescente no mundo todo, que por sua vez, resulta em vários danos ambientais como a degradação da vegetação nativa, poluição dos recursos hídricos e aceleração das mudanças climáticas. Com isso, na busca da sustentabilidade urbana, é fundamental o planejamento de políticas de recuperação e conservação dos riachos urbanos e das suas matas ciliares, dada a importância também dos benefícios ecológicos e microclimáticos, principalmente para as cidades em regiões semiáridas. Nessa conjuntura, o estudo consta na avaliação do componente microclimático e da temperatura do solo em um trecho do Riacho Vitória, Petrolina-PE, em resposta às diferentes condições de reflorestamento, e a contribuição do mesmo para a sustentabilidade urbana. Os três pontos monitorados do riacho foram classificados em diferentes estados de degradação: área mais degradada (P1), área com degradação intermediária (P2) e a área menos degradada (P3). Desse modo, foi realizado nos três pontos do riacho o monitoramento das variáveis meteorológicas: Umidade Relativa do Ar (UR), Temperatura do Ar (Tar), Temperatura do Solo (Ts), Temperatura do Globo (Tg), Índice de Temperatura de Bulbo Úmido (IBUTG) e a Velocidade dos Ventos (Vv). Os dados meteorológicos deram subsídio para o cálculo do índice Predicted Estimated Temperature (PET), que é um índice de conforto térmico adequado para espaços livres. O cálculo preditivo do PET foi feito no RayMan 1.2. Ademais, para entender a influência do estado da mataciliar do riacho nos valores microclimáticos, temperatura do solo e no índice de PET, foi realizado o levantamento florístico através de caminhadas aleatórias no raio de 10 m entorno dos pontos monitorados (P1, P2 e P3). Os monitoramentos com os sensores portáteis foram realizados durante cinco dias, entre as 9:00h e as 14:00h, durante os meses de Abril e Maio de 2021. Já os monitoramentos com os datta logers foi obtida em intervalos horários, entre o dia 29.04.2021 até o dia 20.05.2021. O resultado do estudo foi que a área menos degradada (P3), em comparação com a área mais degradada (P1), apresentou valores maiores na UR e valores menores na Tar, Tg, Ts, IBUTG, Vv e no índice de PET. Na área mais degradada (P1) foram identificadas 19 espécies vegetais: 9 herbáceas, 5 arbustivas, 2 trepadeiras, 2 arbóreas e 1 suculenta. Na área com degradação intermediária (P2) foram identificadas apenas 11 espécies: 6 herbáceas, 3 arbustivas, 1 arbórea e 1 suculenta. Por fim, na área menos degradada (P3) foram identificadas 15 espécies: 6 espécies herbáceas, 4 arbustivas, 3 arbóreas e 2 suculentas. Com base nos resultado, a conclusão do trabalho é que a área menos degradada (P3) apresentou os valores de microclima, temperatura do solo e o índice de PET com menores valores, quando comparados a área mais degradada (P1), onde essa área possuía também uma menor riqueza de espécies vegetais perenes. Portanto, essas diferenças em resposta às diferentes condições de reflorestamento do Riacho Vitória são fundamentais para a contribuição do desenvolvimento da sustentabilidade urbana em Petrolina-PE. Com isso, para o aumento da resiliência urbana frente às mudanças climáticas e da mitigação térmica, recomenda-se o recaatingamento dos riachos urbanos de Petrolina-PE.

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Publicado

2022-07-14

Edição

Seção

Resumos expandidos e notas científicas