O auto do prematuro

Autores

  • Victor Henrique Universidade Federal de São João del Rei UFSJ

Palavras-chave:

Deus, Viajante, Olho da tempestade, Futuro, Humanidade

Resumo

Um conto sobre nossa viagem pelas infinitas estações do ciclo da vida e do eterno espaço-tempo, onde o amanhã nunca veio, e o ontem nunca se foi. Um conto sobre o nascimento e a ruína. Sobre caminhos que nos mudam e crenças que nos matam. Um conto sobre o tolo que conquista o mundo.

A história começa com um maestro (Deus) conduzindo a grande massa em sua sinfonia e um homem que sai da grande massa para conhecer o mundo fora daquela bolha que vivia e que, por não fazer mais parte de um todo, agora se sente só. Este início também referencia a criação do homem que sai do barro (massa) para o mundo e ao mito da caverna de Platão, onde um filósofo sai de sua caverna cheia de ilusões em busca da verdade do mundo.

O Ato Um se passa em um hospício, o então homem prematuro se diz um viajante do tempo e é tido como um louco, é confrontado por uma serpente que o tenta a duvidar de si mesmo e de seus objetivos, mas sem sucesso. Ao final deste ato ele encontra o atual governante da terra, Deus Machina, aquele que está presente em nossas vidas por trás das telas e tem apenas um mandamento: Matar. 2018 foi um ano assustador, um homem que defendia tortura, fuzilamento, pena de morte e ditaduras estava sendo adorado por muitos como um messias, o país passava por um processo de “Desumanização” que teve grande propagação pelas redes sociais, revelando ainda sermos um país intolerante e apático à vida. É neste cenário que o viajante nos alerta de nosso terrível futuro.

O Ato Dois se passa no purgatório, um ponto intermediário entre o reino de Deus e o reino dos mortos. O Viajante se liberta de sua alcunha de louco (camisa de força), mas ainda assim, nega o mundo à sua volta ao ser confrontado novamente com a serpente. Ele sabe que a única forma de mudar o futuro é encontrando o Olho da Tempestade, um artefato que deu início a tudo, e após ver que mesmo depois da morte, com as esperanças perdidas, o viajante era digno e possuía uma ambição nobre e forte de fazer um mundo melhor, a Serpente lhe entrega o artefato, ele pode finalmente ver “tudo”.

No Ato Três, o viajante alcança o céu e assume o lugar vazio de Deus, reiniciando sua própria sinfonia, dando nascimento de um novo prematuro, um humano incompleto que ainda tem muito que aprender para se construir um mundo ideal.

Referências

Não há.

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Publicado

2021-12-20

Edição

Seção

Peças curtas